Varuna
Varuna significa o encobridor do céu. É um dos deuses mais antigos da Índia, é o deus noite, escuridão, é o caos primordial, que antecede a tudo. Por isso é o rei dos deuses, dos mundos e dos homens, é o sustentáculo do céu da terra. Pertence a classe dos seres escuros, asuras. O Rta Sukta conta que a ordem cósmica e a verdade se originaram da noite através do tapas e dali surgiram os oceanos e os anos etc. Assim podemos inferir que Varuna, como o regente da noite primordial, é a raiz da ordem cósmica, rta.
Curiosamente é também cultuado no zoroastrismo como Ahura Mazda.
Varuna une-se com Mitra, a deusa dia, também responsável pela ordem cósmica.
Indra toma seu trono de rei dos deuses. Varuna passa a reinar sobre os oceanos celestiais, as águas insondáveis e profundas das origens, e o classificam como um dos adityas. As vezes também é citado como um daitya, quando reina sobre os gandharvas. Nessa fase como governante do oceano cósmico, em algumas iconografias, tem como montaria Makara, um monstro marinho, traduzido normalmente como um crocodilo. Também como deus do oceano é pai de lótus, Pushkara.
Mitra
Mitra significa companhia, amigo, amizade. É a deusa dia, que traz ordem, rta, ao caos primordial. Mitra chama os homens para a atividade e deixa os olhos vigilantes. Forma um casal com Varuna, a escuridão e juntos governam rta.
Por ordenar os mundos também sustenta o céu e a terra como seu marido. É uma apsara é chamada de Chitra, que significa brilhante, distinta, multicolor.
Como deus, Mitra, é um dos adityas, é o deus dia protetor da ordem, parceiro de Varuna. Curiosamente, esse deus é visto em várias religiões, no zoroastrismo, Mithra. Depois durante as campanhas militares romanas, é importado para Roma, como deus Sol, e acaba por ser incorporado no panteão romano, numa religião de mistérios chamada mitraísmo.
Mais tarde virá a mitra papal católica, um diadema que simboliza aquele que defende terrivelmente a verdade. Pode-se dizer que é um deus que não saiu de moda, já que sua energia, brilho, disposição de ordenar é uma necessidade inerente a todos, sempre.
Bibliografia
Rta Sukta - Rg Veda 10.190.1 e 2
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KINSLEY, David R. Hindu Goddesses – Visions of the Divine Femine in the Hindu Religious Tradition. Berkley: University of California Press, 1998
BULLEN, Matthew, e et. National Geographic: Guia Visual da Mitologia no Mundo. São Paulo, Ed. Abril, 2010
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WILLIAMS Monier, Sankrit-English Dictionary, digital V1.5 beta
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