Dyaus
Dyaus é o céu, em todas as suas 3 facetas, o céu cósmico, que é o próprio cosmos, o céu paradisíaco, morada dos deuses e o céu atmosférico. Significa brilhante, dia, diário, é o deus do céu brilhante.
Nos Vedas é o céu pai, chamado de Dyaus Pita ou Pitr. Casa-se com a terra, Prthivi, com tem as filhas auroras, Ushas, também, o fogo Agni (RV 3.25.1), e, o clima da atmosfera, Indra (RV 4.14.4).
No Purusha Sukta diz que Dyaus nasceu da cabeça do próprio Homém Cósmico, Purusha. Às vezes dizem que Dyaus e Prthivi foram criados por Indra, assim ele é suplantado por um deus mais novo, e cai no esquecimento, tornando-se um deus otiosus, como dira Mircea Eliade. Indra assume então seus atributos.
Prthivi
Prthivi tem uma vida simbólica longa. Prthivi, que significa amplidão, é a deusa Terra, casada com o Dyaus. Ela é a mãe Terra Prthivi Mata ou Matr. Nos Vedas aparece sempre em companhia do marido, Dyavaprthivi, o Céu fertiliza a Terra através da chuva que frutifica. Segundo Kinsley, nos Vedas, eles eram apenas um, que foram separados por Varuna, mas que voltaram a se unir pela chuva. Como seu marido, a Terra tem 3 níveis, a terra onde pisamos, a Terra planeta, e o interior da terra. No Purusha Sukta, bhumi, um outro nome para o chão terra (ou prthivi bhumi), surgiu dos pés do Homem Cósmico.
Nos Vedas, Prthivi é a mãe de Ushas, Agni e Indra.
Posteriormente, no Visnhu Purana, dizem que Prthivi recebeu seu nome de seu pai Prthu, que ao ver a fome no mundo, criou uma vaca chamada Prthivi que proveria a todos com frutos constantemente, até mesmo aos deuses.
A Terra, como deusa, é fértil e benigna, é a mãe que cuida e nutri suas crias com grão, leite e vida. Protege e é firme, traz prosperidade, consolida e sustenta a todos.
Prthivi posteriormente será associada ao elemento terra, prthivi tattva da filosofia Samkhya, com toda a conotacação de firmeza, solidez, prosperidade e fecundidade. Interiormente, esse tattva se assenta em nosso assento, no muladhara chakra dando a estabilidade e prosperidade de uma barra de ouro interior. Seu yantra é justamente um cubo dourado como ouro.
Bibliografia
Purusha Sukta – Rig Veda 10.90-14
CAMPBELL, Joseph, As Mascaras de Deus – Mitologia Primitiva. 8º ed, São Paulo: Palas Athena, 2010.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a Essência das Religiões. 2ª ed, São Paulo: Martins Fontes, 2008.
KINSLEY, David R. Hindu Goddesses – Visions of the Divine Femine in the Hindu Religious Tradition. Berkley: University of California Press, 1998
BULLEN, Matthew, e et. National Geographic: Guia Visual da Mitologia no Mundo. São Paulo, Ed. Abril, 2010
WILKINS W.J, Hindu Mythology, Vedic and Puranic, 1900, at sacred-texts.com, in 05/10/2010
WILLIAMS Monier, Sankrit-English Dictionary, digital V1.5 beta
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