Postura do Raio ou do Diamante
vajra – raio, diamante, duro, impenetrável, adamantino
Vajra é o raio, principal arma do deus Indra, governante do céu e das chuvas. Indra é o líder dos devas, e um grande guerreiro que defende os deuses e os homens contra as forças malignas. Vajra é uma das suas armas, com a qual cutuca as nuvens para que liberem as chuvas. Conta a lenda que o vajra foi feito dos ossos inquebrantáveis do Rshi Dadhicha .
O vajrasana mais conhecido é aquele como descrito na Gheranda, contudo as várias outras citações nos shastras dessa postura indicam que ela também pode ser feita de forma a ser parecida com o siddhasana HP I.37 a 39.
Na Gheranda Samhita no II.12 descreve que as coxas devem permanecer rijas como um diamante (vajra) e um calcanhar de cada lado do ânus, e que conduz às siddhis.
Pode-se notar a importância de um asana quando este é o assento para uma mudra. Vajrasana é o asana citado na Hatha Pradipika III.104 a 122, para a prática da shaktichalana mudra, o chacoalhar da energia.
Vajrasana é também indicado para a prática da mais importante de todas as mudras, a khechari mudra, o selo que faz voar, tanto na Gheranda IV.31 como na Shiva Samhita IV.31. Assim, temos que vajrasana é uma das posturas mais importantes na tradição do Hatha Yoga.
Vajrasana tem as pernas configurando ‘chaves’, o sangue se concentra da cintura para cima (região pélvica). Circulação do prana em condições mais proveitosas à concentração. Postura de ação e energia. Estabilidade física perfeita, induzindo à harmonização interior. Posição em que a coluna assume, sem esforço, seu alinhamento mais natural e os pulmões ficam livres para exercícios respiratórios profundos.
Asana sentado sobre as pernas dobradas. É uma posição importante, pois dela partem muitas outras posturas. Postura de motivação para melhorar o ânimo. Flexão dos joelhos e extensão dos pés. Extensão completa dos tornozelos. Indicada para os que possuem dificuldade em conservar a coluna ereta; já que o alinhamento acontece sem esforço, descontrai as costas e melhoras dores nesta região. Postura calmante, melhora a circulação na coluna, alonga os músculos das coxas.
Contra-indicado para os com problemas de má circulação venosa (nesse caso, fica-se pouco tempo, ou nem o faz), problemas graves nos joelhos, tornozelos e hemorróidas.
Variações
Variações são inúmeras, com flexão do tronco há dharmikasana, adhomukhavirasana ou com extensão da coluna suptavajrasana, suptavirasana.
Variação da posição das pernas e dos pés: virasana, adhomukhavirasana, mandukasana, kurmasana (tartaruga na HP, onde os joelhos se cruzam e sobre um dos calcanhares apoia-se o corpo), e vajravirasana cujos as artelhos ficam revirados.
Para Iyengar, essa postura é uma variação do virasana, e ele apresenta outras variações dela com relação à posição dos pés (dedões voltados para dentro e um pé sobre o outro).
Já Ramaswami indica essa postura como ideal para a prática do bandha traya e descreve inúmeras variações com relação à posição do tronco, do braço e das mãos.
Fonte
Boletim da IYTA maio/jun 2000
virasana – Light on Yoga – BKS Iyengar
Vinyasa Yoga – Srivatsa Ramaswami – Marlowe
Fonte Histórica
Gheranda Samhita – II.12, como sinônimo da siddhasana no III.26, e está entre os 10 asanas mais importantes.
Devi Gita XXXV. 9 – Citado como um dos 5 asanas mais importantes.
Hatha Pradipika no I.39 como sinônimo da siddhasana
Shiva Samhita IV.31 – citado como asana para executar a khechari mudra
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