Mahavidya Yoga

Brâmane
por Cecília Meirelhes “Espectros ” -1919 do Cecilia de Bolso uma Antologia PoéticaL&PM Pocket
24/04/2019

Plena mata. Silêncio. Nem um pio

De ave ou bulir de folha. Unicamente

Ao longe, em suspiroso murmúrio,

do Ganges rola a fúlgida serpente.

Sem ter no pétreo corpo um arrepio,

Nu, braços no ar, de joelhos, fartamente,

Esparsa a barba ao peito, na silente

Mata, o Brâmane sonha. Pelo estio,

 

Ao sol, que os céus abrasa e o chão calcina,

Impassível, a sílaba divina

Murmura... E a cólera hibernal do vento

 

Não ousa à barba estremecer um fio

Do esquelético hindu, rígido e frio,

Que contempla, extasiado, o firmamento.

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próximo ao metrô Alto do Ipiranga

 

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